A polémica em torno da participação d "/> A polémica em torno da participação d "/>
desporto mocambicano

Mendes diz que TottalEnergies não quis assinar com a FMB devido histórico de dívidas  

  • 502

A polémica em torno da participação de Moçambique no AfroBasket 2023 está longe de terminar. Depois de Roque Sebastião ter renunciado ao cargo de Presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB) e denunciar o que considerou de ingerência da Secretaria de Estado do Desporto (SED) através do Fundo de Promoção Desportiva, na gestão da Selecção Nacional Sénior Feminina de Basquetebol, Gilberto Mendes reagiu e acusou a FMB de falta de credibilidade, para além de ter dito que foi o Governo quem convenceu a TottalEnergies Mozambique a financiar o projecto de massificação da modalidade que inclui o patrocínio ao cinco nacional que foi ao AfroBasket de Kigali.

 

Por Redacção LanceMZ

 

Mendes foi ao programa Noite Informativa da STV apresentar a versão da Secretaria de Estado do Desporto neste imbróglio tendo começado por dizer que “há pessoas que não gostam de ver o sucesso do desporto nacional, particularmente das selecções nacionais…até analistas políticos que nunca colocaram os pés num estádio, num pavilhão ou numa piscina aparecem a comentar assuntos do desporto”.

 

Prosseguindo a sua colocação, Mendes revelou que “a demissão do presidente da FMB é anterior à participação da Selecção Nacional no AfroBasket de Kigali. Em Junho ele apresentou uma carta ao presidente da Mesa da Assembleia Geral. Nós é que o dissemos que deveria ficar e não poderia abandonar a selecção nas vésperas da participação de competições importantes”.

 

O Secretário de Estado do Desporto referiu que o envolvimento do patrocinador TottalEnergies na modalidade não era apenas destinado ao apoio à selecção feminina, estando previsto um vasto programa de massificação da bola-ao-cesto.

 

“A TotalEnergies não se envolveu apenas para apoiar a selecção nacional de basquetebol que é uma ilha no projecto global que envolve a massificação desportiva nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Maputo, incluindo a reabilitação de infraestruturas desportivas”, disse Mendes para depois referir que foi a SED quem negociou o patrocínio porque “O parceiro não quis assinar o acordo com a Federação que tinha um histórico de dívidas com as atletas, que levou o atraso do início dos treinos, e com outras instituições entre outros aspectos”, para depois afirmar que  “as instituições desportivas devem saber que não se devem atrelar apenas a um parceiro”, isto para dar a entender que cabia a FMB arranjar outros parceiros para financiar a participação do combinado nacional na prova de Kigali.

 

FMB REMETEU TARDIAMENTE A DOCUMENTAÇÃO

 

Em relação aos desembolsos financeiros para viabilizar a ida da equipa de todos nós ao Ruanda, Gilberto Mendes disse que “a Federação remeteu a documentação tarde para a operação Kigali. Se sabemos que temos uma competição, temos que remeter a planificação e a documentação antes. Nós assumimos que iríamos apoiar a selecção nacional através do Fundo de Promoção Desportiva e o combinado nacional esteve hospedado no M-Hotel um hotel de cinco estrelas, tinha um autocarro de luxo e com um direito de um batedor de polícia”.

 

Quando questionado sobre a iminente paralisação da participação das atletas em jogos do AfroBasket 2023 devido ao não pagamento dos subsídios acordados, Mendos retorquiu: “será que ouviu uma atleta a reclamar sobre o atraso no pagamento dos subsídios? Só ouvimos um áudio do treinador talvez no calor da competição. O treinador não tem legitimidade para falar em nome das atletas. Em Kigali, tive a oportunidade de falar com a capitã que se mostrou apreensiva em relação ao histórico de valores que chegam em atraso pagos pela FMB e nós garantimos que tudo seria canalizado a tempo. Na noite anterior da divulgação dos áudios havia tranquilizado o Seleccionador Nacional que os valores seriam canalizados para todos elementos da delegação. Houve interesse de alguém em desestabilizar a selecção que até estava a fazer um bom trabalho”.

 

“O Chefe de Estado visitou aquela selecção em Kigali e todos assuntos que quisessem apresentar poderiam ter o feito nessa ocasião. Se não o fizeram é porque não havia problemas a esse nível”, disse Mendes.

 

Quanto à acusação de ingerência na gestão da selecção nacional de basquetebol feita por Roque Sebastião, Gilberto Mendes disse: “se eu tenho dinheiro para apoiar e depois vens dizer que houve interferência, há qualquer coisa que não está bem da parte de quem pede esse apoio. Como nós vamos canalizar o valor há uma federação que deve 18 mil dólares a sua homóloga de Angola relativo à participação da selecção masculina no AfroCAN-2021”.

 

INOPERÂNCIA DA FMB

 

Mendes acusou a Federação Moçambicana de Basquetebol de inoperância, citando como exemplo o facto de não estarem a ocorrer com regularidade a realização de provas nos diversos escalões e ao facto de nada ter feito para reactivar as competições ao nível da cidade de Maputo.

 

“Tivemos problemas ao nível da cidade de Maputo em que a Associação não estava sem movimentar competições por causa de 130 mil Meticais e a Federação nada fez para inverter esse cenário”, atirou Gilberto Mendes.

 

Roque Sebastião referiu na Conferência de Imprensa que coube a SED definir o número de integrantes da comitiva moçambicana que seguiu viagem à Kigali, tendo excluído o Presidente da FMB e outros dirigentes federativos, o que originou um vazio na gestão de questões administrativas do combinado nacional no Ruanda. 

 

“O presidente da Federação tem a obrigação de pagar o seu próprio bilhete para estar presente nesta competição. Deveriam ter encontrado parceiros para custear a sua deslocação. O Estado pagou as despesas de 22 elementos da delegação, dos quais 14 atletas que ficaram de estágio por quase duas semanas. Quando o Presidente fez campanha para ser eleito não disse que contava com os fundos do Estado para o seu mandato”, disse Mendes sobre a ausência do Presidente da FMB em Kigali para depois acrescentar que “a TottalEnergies não paga a membros da Direcção essa é tarefa da Federação. Ainda assim a delegação tinha um elemento da Direcção da FMB que é vice-presidente Marata Monjane e que estava na delegação como Coordenadora da Selecção Nacional”. (LANCEMZ)

Notícias Relacionadas
Ads - Anuncio 3
Todos os direitos reservados a Lance. Registrado no GABINFO: REGISTO: 57/GABINFO-DEPC/210/2022 .